A Faria Lima, que atualmente possui laços mais firmes com o crime organizado do que com o liberalismo financeiro, tem mantido diálogos com Flávio Bolsonaro, que é visto como o escolhido pelo líder da organização criminosa.
Os jornais têm resumido essas conversas dessa forma: Flávio assegura que será um presidente focado na responsabilidade fiscal, sem uma ânsia por arrecadação.
Essa é a informação que quase todos eles transmitem. Alguém que é atacado na rua e se identifica como de direita pode afirmar o mesmo: que vai cortar despesas e reduzir impostos. A dona Maria também diz isso nas notícias da TV Globo.
O mercado parece ter aprovado, pois prefere quem não é associado ao lulismo ou ao petismo. A Faria Lima desaprova tudo que não remete a Paulo Guedes.
Assim, o que podemos concluir sobre o que Flávio representaria em um governo é exatamente isso. Não há nada, nem uma linha com algum conteúdo significativo, além das generalidades, sobre suas opiniões a respeito da economia, especialmente considerando sua trajetória como franqueado de uma loja de chocolate.
Como mencionado pela Folha em recente editorial, o que a direita precisa fazer, e Flávio tenta, é demonstrar que pode ser um anti-Lula. Não é necessário explicar o que faria para a Faria Lima. O essencial é ser uma alternativa.
O editorial da Folha trouxe a seguinte informação:
“Datafolha indica que a disputa irá para o 2º turno; o adversário de Lula é capaz de conquistar votos contrários ao petista”.
O opositor deve conseguir atrair votos de quem se opõe a Lula, e não de quem acredita que esse adversário tem alguma compreensão sobre a administração do Brasil.
É suficiente que prove sua capacidade de derrotar Lula. Flávio, no entanto, não consegue nem vencer Caiado em uma prévia da direita. O filho se repete nas falas do mercado e se apresenta como alguém que pode conquistar os votos contrários.
A manchete mais honesta, após os primeiros encontros de Flávio com o mercado, foi a do Globo:
“Faria Lima recebe Flávio Bolsonaro com desconfiança e observa falta de clareza sobre a agenda econômica do senador”
Carluxo, se tivesse a oportunidade de se manifestar, certamente seria mais direto.
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