
Cinco pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão em uma propriedade rural localizada em Brasilândia, no Mato Grosso do Sul, ligada a um empresário chamado Carlos Manoel da Silva Antunes, um dos sócios do grupo Via Veneto, conhecido por marcas como Brooksfield. A operação ocorreu na Fazenda Beatriz, após a investigação de denúncias sobre práticas trabalhistas irregulares. Informação de Andreza Matais, do Metrópoles.
A ação foi realizada em agosto deste ano e resultou na detenção de dois funcionários da fazenda, que foram acusados de reduzir os trabalhadores à condição análoga à de escravo e de frustrar seus direitos trabalhistas. Conforme o inquérito policial, os empregados eram recrutados em cidades vizinhas para realizar serviços terceirizados, com a emissão de notas fiscais por uma empresa ligada a um dos envolvidos.
Segundo a investigação, os homens eram alojados em um curral de cavalos e em um depósito, sem as mínimas condições de higiene. Os turnos de trabalho eram das 6h às 16h, de segunda a sábado. Além disso, os trabalhadores eram forçados a adquirir produtos vendidos pelos próprios responsáveis pela fazenda. As atividades incluíam a limpeza de pastagens e a aplicação de herbicidas.

A polícia também informou que, antes da fiscalização, os responsáveis pela propriedade removeram animais do curral para mudar a aparência do alojamento e esconderam três dos cinco trabalhadores, que foram encontrados posteriormente. Um sexto homem teria conseguido fugir e não foi localizado. As denúncias sobre punições físicas e a questão do pagamento não foram confirmadas pela investigação.
Este não é o primeiro incidente em que o nome de Carlos Manoel da Silva Antunes está ligado a denúncias desse tipo. Em 2016, ele foi convocado pela Assembleia Legislativa de São Paulo para prestar esclarecimentos sobre acusações relacionadas às confecções da Brooksfield Donna. O grupo Via Veneto e o empresário não responderam às tentativas de contato. O espaço está aberto para manifestação.
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