Os benefícios oferecidos pelas empresas estão se tornando cada vez mais relevantes nas escolhas dos profissionais ao decidir por um emprego ou ao continuar em uma organização. Pesquisas indicam que, em média, as empresas brasileiras disponibilizam cinco benefícios, enquanto as expectativas dos funcionários vão além do salário. Essa discrepância entre o que é oferecido e o que é esperado força as empresas a reconsiderar suas políticas internas e estratégias de retenção.
Adicionalmente, há um aumento na rejeição a pacotes de benefícios padronizados e inflexíveis. Os profissionais buscam opções que promovam bem-estar, desenvolvimento pessoal, saúde mental e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, incluindo novas dinâmicas familiares, como o cuidado com animais de estimação.
Estudos na área de gestão de pessoas mostram que programas de bem-estar bem estruturados estão associados à diminuição do absenteísmo, ao aumento da motivação dos funcionários e a melhorias na produtividade. Esses fatores indicam que, a partir de 2026, haverá transformações significativas nos benefícios oferecidos pelas empresas.
Cuidado com animais de estimação como parte dos benefícios corporativos
Primeiramente, a evolução do conceito de família multiespécie está impactando os benefícios corporativos. Estima-se que três em cada cinco funcionários tenham pelo menos um animal de estimação. Com o aumento dos gastos com veterinários, surgem novas soluções voltadas para a saúde dos pets no ambiente de trabalho.
Plataformas B2B possibilitam que os trabalhadores escolham planos de saúde para animais com desconto em folha. As coberturas variam de acordo com o plano e incluem consultas, vacinas, exames e cirurgias, com reembolsos que podem atingir 100% do valor gasto.
Por funcionarem com reembolso, esses benefícios permitem que o trabalhador escolha o veterinário em qualquer lugar do país. O processo é digital, evitando a necessidade de envolvimento direto das áreas de recursos humanos.
Educação contínua se torna uma prioridade nos benefícios corporativos
A seguir, a educação passa a ser valorizada tanto quanto alimentação e saúde nos benefícios oferecidos pelas empresas. Modelos de vale-educação estruturam o aprendizado como uma política contínua dentro das organizações, em vez de ações pontuais.
Nesse modelo, a empresa paga um valor fixo por funcionário, que tem acesso a uma plataforma com mais de 100 instituições no Brasil e no exterior. Ao todo, são mais de 26 mil opções, abrangendo graduação, pós-graduação, cursos livres, idiomas, formações técnicas e mentorias.
Cada funcionário pode montar trilhas de aprendizado de acordo com suas necessidades profissionais e interesses pessoais. O benefício pode abranger dependentes, como filhos e cônjuges, e apresenta um retorno médio de quatro vezes o valor investido pela empresa.
Saúde mental se torna uma exigência legal
Em seguida, a atualização da Norma Regulamentadora 1 incluiu a saúde mental como uma obrigação legal na agenda de segurança e saúde do trabalho. Assim, os benefícios corporativos relacionados a essa área deixam de ser diferenciais opcionais.
Plataformas especializadas atendem diversas empresas e oferecem acesso online a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e terapeutas, além de práticas como meditação e yoga.
Os planos asseguram sessões mensais de terapia e incluem recursos tecnológicos, como relatórios gerenciais e sistemas de monitoramento, que ajudam as empresas a atender às exigências da NR-1.
Apoio jurídico se torna parte do pacote de benefícios corporativos
Outro aspecto importante envolve o bem-estar jurídico. Pesquisas revelam que 69% dos brasileiros enfrentaram problemas jurídicos nos últimos dois anos, enquanto menos de 13% tiveram acesso à orientação necessária.
Plataformas digitais oferecem orientação jurídica como um benefício corporativo, funcionando de maneira integrada. A empresa contrata o serviço e o empregado tem acesso a orientações online sobre questões comuns, como relações de consumo, separações, guarda e pensão.
Quando necessário, o trabalhador pode contratar um advogado para o acompanhamento de processos judiciais, com total confidencialidade e clareza sobre custos e etapas envolvidas.
Viagens se tornam parte da discussão sobre benefícios corporativos
Além disso, viagens começam a ser incluídas nos benefícios oferecidos pelas empresas. Modelos baseados em créditos oferecem acesso a hospedagens, viagens e passeios, com curadoria e suporte.
A empresa define o plano conforme suas políticas internas e disponibiliza os créditos no momento da contratação. Os trabalhadores utilizam esse saldo para planejar férias, enquanto as empresas podem empregar o benefício em ações de reconhecimento e campanhas internas.
Personalização por pontos transforma os benefícios corporativos
Por fim, a personalização se firma como uma demanda prática nos benefícios oferecidos pelas empresas. Marketplaces baseados em pontos permitem que as empresas definam orçamentos, regras e categorias, convertendo tudo em créditos.
O funcionário acessa a plataforma e escolhe benefícios que se adequem ao seu momento de vida, dentro de um ecossistema de parceiros. Esse modelo mantém a previsibilidade financeira e governança, ao mesmo tempo em que amplia a autonomia do trabalhador.
Esse formato substitui estruturas rígidas por uma gestão orientada a dados, resultando em melhor uso dos recursos e maior alinhamento às necessidades reais das equipes.
Ao longo de 2026, os benefícios oferecidos pelas empresas passarão a fazer parte da estratégia das organizações, acompanhando as transformações no ambiente de trabalho, novas exigências legais e as crescentes expectativas dos profissionais.
Leia também:
Terapia sem caos
Siga o @lulaflix no X