Operação contra ex-assessora de Lira revela vulnerabilidades de Motta, apontam parlamentares

Hugo Motta, presidente da Câmara

A ação da Polícia Federal contra Mariângela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira, intensificou a crise na liderança de Hugo Motta na presidência da Câmara.

Deputados consultados acreditam que esse incidente evidenciou fragilidades na gestão do deputado paraibano, que já enfrenta críticas por decisões vistas como inadequadas e dificuldades em se articular com o STF. A operação atingiu o núcleo político responsável por gerenciar emendas de relator e reacendeu dúvidas sobre a habilidade de Motta em lidar com pressões internas e externas. As informações são do UOL.

Conforme líderes partidários, Motta “não possui a maturidade ou a firmeza” necessária para enfrentar as consequências da operação, especialmente porque Fialek trabalhava em um escritório dentro da Presidência da Câmara e, segundo a PF, continuava a gerenciar pagamentos de emendas sem a devida transparência. A investigação sugere que ela continuava a atender os interesses de Lira, apesar de estar em um cargo especial na gestão de Motta. Embora o caso não mencione diretamente o presidente da Câmara, ele reforçou a percepção de descontrole na Casa.

Deputados fizeram uma comparação entre Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, considerado mais astuto e com uma relação mais sólida com o Supremo. Eles lembram que Fialek e a assessora de Alcolumbre, Ana Paula Magalhães, já gerenciaram R$ 10 bilhões em emendas, mas a operação não afetou o Senado. Para muitos parlamentares, a crise revela as vulnerabilidades políticas de Motta e o desgaste acumulado em votações controversas, como a PEC da Blindagem.

Hugo Motta, presidente da Câmara, e Mariângela Fialek. Foto: reprodução

Nos bastidores, a percepção é de que a reputação da Câmara se deteriorou sob a liderança do paraibano. O líder do PT, Lindbergh Farias, comentou que Motta tem feito “decisões erráticas” e pediu por um maior diálogo. Segundo ele, “é compreensível que parte da população considere que o Congresso está atuando para proteger parlamentares”, visto que as prioridades debatidas não refletem as demandas do país. O episódio da votação que manteve o mandato de Carla Zambelli acentuou esse desgaste, resultando na anulação da decisão pela STF.

A gestão das cassações de Zambelli, Ramagem, Eduardo Bolsonaro e Glauber Braga também criou tensões internas. Motta encarou derrotas, como a reversão da cassação de Glauber e um erro de cálculo que preservou Zambelli, contrariando o que havia sinalizado a seus aliados. A repercussão negativa levou ministros do STF a exigirem a implementação imediata da decisão que determinou a perda do mandato da deputada, que está detida na Itália.

Em meio à operação da PF e ao aumento das críticas, interlocutores avaliam que, “neste momento”, Motta não conseguiria votos suficientes para ser reeleito como presidente da Câmara. Em uma declaração, o presidente defendeu Fialek, afirmando que ela é “uma técnica competente, responsável e comprometida”, ressaltando sua contribuição para a melhoria dos sistemas de rastreamento de emendas. Contudo, essa ação não diminuiu a percepção de crise política em torno de sua administração.

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